Pular para o conteúdo principal

O garoto da bicicleta



Desde semana passada venho assistindo a diversos filmes. Hoje, assisti a O garoto da bicicleta. Trata-se de uma produção, ganhadora do Grande Prêmio do Júri, realizada pelos irmãos belgas Jean Pierre e Luc Dadernne. Esses diretores, segundo a crítica de cinema Isabela Boscov, costumam fazer filmes muito duros sobre o desprevilégio social na Europa. 
O garoto da bicicleta é um filme áspero, mas traz uma nota de esperança. Esse longa é uma novidade se tratando de uma produção dos irmãos Dardenne, pois é o primeiro filme deles no qual a música foi introduzida. É um longa centrado na figura de um garoto de 11 anos, chamado Cyril, interpretado pelo ator Thomas Doret, cujo pai o abandonou. Deixado num orfanto, Cyril não aceita a ideia do abandono, buscando informações que trangam uma pista do paradeiro do seu pai. O garoto vai ao apartamento onde morava em busca da sua bicicleta, mas seu pai já havia saído de lá há um mês, assim informou-lhe o porteiro do prédio.
Os seus guardiões do orfanato chegam para buscá-lo, entretanto Cyril se descontrola, derrubando uma moça que estava no consultório, localizado no térreo. Ele a agarra fortemente. Nessa cena, há o primeiro contato de Cyril com aquela que será sua protetora. A moça é Samantha - vivida pela atriz belga Cécile de France - uma cabeleireira que não mostrará nenhuma dificuldade em ajudar o pequeno francês. Primeiro, ela recupera a bicicleta de Cyril, depois aceita a ideia de ficar com o garoto todos os finais de semana e o pedido dele de ir procurar o pai. Assim, com esse relacionamento, os dois vão se envolvendo cada vez mais. Ao contrário dos filmes americanos que apelam para o sentimentalismo, O garoto da bicicleta é, como eu disse, seco, sem apelações, mas nos mostra o relacionamento conflituoso entre um garoto que busca fugir da informação de que seu pai o abandonou e de uma mulher que o acompanhará incodicionalmente na tentativa de salvá-lo.  
Confiram O garoto da bicicleta nessas férias... Experimentem, pelo menos uma vez, um filme diferente.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sétima arte em novembro

Para os amantes da sétima arte, o mês de novembro é especial. Inúmeros filmes, sejam longas ou curtas, de animação ou não, serão exibidos em alguns festivais de cinema que começam amanhã e continuarão pelo resto do mês. Os festivais são os seguintes: V Janela Internacional de Cinema do Recife, 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, Vivo Open Air e o 2º Festival Internacional de Stop Motion do Brasil.    V Janela Internacional de Cinema do Recife Confira a programação completa  aqui Consolidado como uma das mais importantes mostras audiovisuais do país e vitrine do cinema autoral, o Janela Internacional de Cinema do Recife, idealizado pelo cineasta Kleber Mendonça Filho, chega à sua 5a. edição, com cerca de 110 filmes na programação, num momento espetacular para Pernambuco como pólo produtor de cinema. O Janela V acontece num ano especial cuja produção de cinema em Pernambuco vive momento histórico. Um foco especial inédito dedicado ao ...

Whisky, um filme melancólico

" E essas ruas vazias saberão que a amo Whisky é uma melancólica e engraçada história centrada na relação entre dois irmãos e uma mulher. Os silêncios, os objetos, os espaços entre as coisas. Whisky está carregado de tudo isso. É a história de três pessoas sozinhas em um espaço semivazio, três pessoas que dizem pouco porque está tudo dito, ou nada está dito, ou tudo está implícito ou não resta mais nada para dizer. Ou quase nada... Jacobo fabrica meias e Marta é sua mão direita. Ele aparenta ter 60, parece ser solteiro e dedicou sua vida em cuidar de sua mãe doente – que já morreu – e do seu velho negócio, que parece ter estancado em algum lugar impreciso do século passado. Jacobo quase não fala e seu olhar é severo, amargo, que diz tudo o que falta dizer. Marta segue o ritmo do patrão. Numa sequência que se repite sutilmente três vezes diferentes no início do filme, vemos Marta e Jacobo entrar na fábrica, ligar as máquinas, trocar de roupa, tentar conserta...

Literatura latinoamericana com um clique

A literatura latinoamericana invade a rede. Até agora, as obras de muitos autores não ultrapassavam as fronteiras de seus países e muito menos chegavam à Espanha. Alfaguara supera este obstáculo, a partir de hoje, com a intenção de consolidar os pontos culturais no mundo de língua espanhola. Após um ano de trabalho intenso de digitalização, nasce Alfaguara Digital , com uma coleção de 100 títulos. “Esta oferta permitirá aos leitores acesso a melhor literatura produzida em nossa língua”, explica Pilar Reyes, editora de Alfaguara España.Além disso, Reyes acrescenta que, “a circulação do livro era o grande assunto do trabalho editorial, mas hoje o mundo digital permite que os títulos estejam disponíveis em todas as partes, mantendo a coerência do catálogo, o rigor e a qualidade do conteúdo”. Os livros chegaram com um preço médio de 9,99 euros, nas livrarias digitais Amazon.es, Apple, Fnac, El corte inglês, Casa del Libro, os canais atendidos pela Libranda e outras centenas de livrarias on...