Editora Record, 127 páginas " O homem levantou uma esferográfica azul, soprou um bafo para amolecer a tinta e perguntou sem olhar: - Nome? - Mario Jiménez - respondeu Mario Jiménez solenemente." Mario Jiménez, garoto de dezessete anos que inventava o menor resfriado para não fazer os trabalhos marítimos - seu pai, Jose Jiménez trabalhava numa enseada de pescadores - ao dizer solenemente seu nome, tornava-se o carteiro de Pablo Neruda, o poeta do povo chileno. Ao alvorecer, juntamente com sua Legnano, partia para assumir seu posto. Sua pontualidade era tamanha que Cosme, ou melhor, dom Cosme se impressionava. Com as inúmeras correspondências guardadas na sua mochila, Mario pedalava em direção à Ilha Negra onde morava seu único cliente, Neruda. Mesmo sabendo da miséria que receberia, Mario agarrou o emprego - por trás havia uma curiosidade e admiração pelo poeta. Após certo atraso, típico no Chile, como pontua o autor, o carteiro recebe o salário e, com ele, compra
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