Antonio Ricci, interpretado pelo italiano Lamberto Maggionari, vê-se, como tantos outros italianos, em dificuldades financeiras, agravadas no pós-guerra. Depois de anos desempregado, Ricci encontra uma oportunidade de trabalho - colar cartazes pela cidade, mas para isso terá de utilizar obrigatoriamente a bicicleta para assumir o posto. Como ele havia penhorado, surge nos minutos iniciais do filme um conflito que se estenderá até o final - resgatar sua bicicleta. A saída achada por sua esposa, Maria, interpretada por Lianella Carell, é penhorar todas as roupas de cama, uns novas, outras usadas. Assim, Ricci pôde iniciar seu trabalho.
Entretanto não por muito tempo, pois sua bicicleta é roubada, enquanto ele cola cartazes. A partir daí, juntamente com seu filho de nove anos, Bruno, vivido por Enzo Staiola, Ricci percorrerá toda a cidade em busca da bicicleta e do ladrão. Pelo caminho encontrará personagens incomuns.
Ladrões de Bicicleta, de 1948, é uma produção do renomado cineasta italiano Vittorio De Sica, que retrata, não só um homem a procura de sua bicicleta, mas todo um conjunto social, econômico e político surgido na Itália destruída após anos de guerra. Esse é o cerne do neo-realismo italiano. Registrar, com a utilização de uma linguagem simples e filmagens sem grandes recursos, a vida do proletariado, do campesinato e da classe média e suas dificuldades financeiras. Além de Ladri di Biciclette, título original do filme, De Sica produziu uma infinidade de longas, como Umberto D., retrato do abandono na velhice.
Além de Vittorio De Sica, há outros cineastas neo-realista como Roberto Rossellini cujo filme mais famoso é Roma, cidade aberta, de 1945.
Vale a pena assistir ao Ladrões de Bicicletas e acompanhar a busca de Antonio Ricci pela sua bicicleta e a vida do povo italiano, marcada pelas feridas deixada pela 2ª Guerra Mundial.
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