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Baú Pensante sugere Sede de Viver



Estive na Livraria Cultura à procura de filmes interessantes e descobri, numa das prateleiras, esse filme, Sede de Viver, de 1956, dirigido por Vincente Minnelli. Lust for Life, título original do filme, fala da vida conturbada do gênio do Pós-Impressionismo Vicent Van Gogh, holândes nascido em 1853. Sua carreira foi breve, uma década, mas intensa, chegando a produzir nesse período 800 telas, além de tantos outros desenhos, retratos e autorretratos. 
"Os quadros chegam até mim como em um sonho", falou Van Gogh. Não só em sonho, mas também em alucinações, pois constantemente o pintor dos "girassóis de um laranja vibrante" sofria com as crises emocionais, isolando-se de todos em uma solidão dolorosa. Muitos veem nas pinceladas distorcidas e nas cores vivas dos quadros de Van Gogh a prova dos seus distúrbios mentais.
O filme também retrata muito bem a Paris do Impressionismo e do Pós-Impressionismo com seus grandes nomes: Cézanne, Gauguin, Seurat, Toulouse-Lautrec, Cassatt, Pissarro, Monet e claro, o holandês Van Gogh. 
Nas suas visitas à Paris, Van Gogh entrou em contato com grandes nomes, já supracitados, tornando o seu trabalho ainda mais aperfeiçoado, em especial com Paul Gauguin com o qual manteve uma amizade produtiva, pois ambos pintaram juntamente em um apartamento alugado por Van Gogh. 
Talvez todo o sofrimento de Vicent Van Gogh seja resultado de uma série de fracassos: amores não correspondidos, prestações de serviços sociais sem resultados, dificuldades financeiras e não ter conseguido se estabelecer como um grande pintor ainda em vida. É sabido que durante seus anos de produção, o pintor holandês foi sustentado pelo seu irmão Theo, com o qual mantinha uma relação fraternal, apesar de todos os problemas.
Vale muito a pena assisti a essa produção cujo elenco é composto por Kirk Douglas, no papel de Van Gogh, e Anthony Quinn, no de Paul Gauguin. Além do que falei, haverá, quando vocês assistirem, muitas outras curiosidades sobre a vida de um dos maiores gênios da pintura moderna.


Noite Estrelada foi pintado por Van Gogh durante
três noites, pois segundo  o pintor "a noite é mais
viva e mais ricamente colorida que o dia"


Corvos no Campo de Trigo foi o último quadro pintado por Van Gogh,
antes de morrer. Esse quadro é descrito como "vastas extensões de
trigo sob céu tormentoso... não precisei me esforçar
para expressar tristeza e o extremo da solidão"

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