Fascina-me a anedota daquele homem cuja mulher lhe pediu que escrevesse uma justificativa para seu filho que havia faltado a escola. Enquanto ela se preocupa com os preparativos para sair com o menino rumo ao colégio, o homem luta na mesa da sala de jantar com a justificativa: muda uma vírgula, volta a colocá-la, risca uma frase e escreve outra, até que a mulher, que estava esperando na porta, perde a paciência , arranca-lhe a folha e, sem se sentar, rabisca umas linhas, põe sua assinatura e sai correndo. Era só uma justificativa escolar, mas para o homem, que era um conhecido escritor, não havia textos inofensivos e ainda o mais intranscedente deles apresentava problemas de eficácia e de estilo. Queria escrever uma justificativa perfeita, confessou o escritor em uma entrevista. Efetivamente, escritor é aquele que se enfrenta como ninguém ao fracasso de escrever e faz desse fracasso, por assim dizer, sua missão, enquanto os demais, simplesmente, redigem. Podemos expandir essa anedota
Escrevo desde 2011