Em meio a uma ligação para falar sobre fofocas aleatórias com um amigo, estaciono o carro no posto de gasolina Shell. Queria comer um Donuts de chocolate com um expresso. Antes mesmo de descer do carro, percebo a presença de um garoto aparentando ter seus 21 anos, cabelo escuro, pele branca e cabelo escorrido, mas curto. Tinha uma bolsa daquelas laterais que está na moda. Shoulder bag como dizem. Ele calibrava o pneu. Num primeiro momento, acreditei que ele estivesse calibrando o pneu do carro preto em sua frente. Eu continuava falando com meu amigo ao telefone e percebi no visor do calibrador o 35, número adequado por se tratar de um carro com pneus muchos. Mas logo em seguida, vi que ele estava com uma bicicleta Caloi. Eu não tinha visto a bike. Fiquei quieto. Não disse nada, enquanto já encaminhava a ligação para o fim. Ele terminou a calibragem e montou no bike, contudo nas primeiras pedaladas notou que a bike não estava tão calibrada assim. Ele retornou. Foi aí que imediatamente e
Céu azul, limpo, nenhuma nuvem. Céu azul como se fosse a extensão do mar onde nem mesmo a linha do horizonte era capaz de diferenciar o que era céu e mar. O dia anunciava desejo de memória. Memória de infância lá em Sirinhaém. Poderia escolher qualquer lugar, qualquer restaurante. Podia ser o Chinês da 48, o Tomaselli do Espinheiro, o Quintal lá de Campo Grande, o Beijupirá, Oficina, Trattoria, em Olinda, o café da Livraria da Jaqueira, algum box do Mercado da Boa Vista, o Poke da Rio Branco, Chico do Galeto, algum restaurante de algum shopping. Nenhum desses traria ao mastigar o alimento, a memória que eu precisava. Memória de afeto, de mãe, memória de bico de peito farto, jorrando cuidado e nutriente. Eu tinha fome de memória maternal. Eu queria, ao sentir o sabor, saciar aquela fome que faz roncar o estômago, mas também aquela fome que faz clamar por afeto. Uma epifania dessas não demandaria nenhum local especial, com uma comida elaborada ou gourmetizada. Jamais. Maternidade com