Passei uma semana desconectado da internet, diga-se de passagem do Facebook, em Catuama, praia próxima a Pontas de Pedra, um distrito do município de Goiana. Como não utilizei nenhum computador, procurei outras atividades para fazer enquanto estive por lá. Uma delas foi ler, ler bastante. Devorei várias matérias da revista Veja, além de ter lido algumas coisas da Le Monde Diplomatique, do Suplemento Pernambuco, da revista Época e da revista Forum.
Psicologia
Várias matérias chamaram minha atenção. A solidão que nos protege, de Giuliana Bergamo, foi uma delas. Trata-se de uma matéria de novembro de 2011 que fala de um psicólogo, John Cacioppo, especialista em solidão. Entrevistado pela Veja, do seu escritório, Cacioppo explicou o que é a solidão e sua ligação com a carga genética, as redes sociais, o casamento e, além disso, a necessidade de, em alguns casos, ser solitário. Cacioppo defende que “a sensação de isolamento tem efeito semelhante ao da dor e ao da fome”. Assim, analisando a evolução da espécie humana, é possível afirmar que o homem, sentindo-se solitário, buscou agregar-se a outros indivíduos, fato indispensável para a perpetuação da espécie. Ou seja, a sensação de solidão foi vista pelo homem como uma adversidade, da mesma maneira que seria vista a sensação de fome e de dor e, consequentemente, a busca por algo que a revertesse.
John Cacioppo, um dos maiores especialistas em solidão. |
O psicólogo também pontuou a relação das redes sociais com a solidão. Se bem utilizadas, as redes sociais funcionam como ferramentas que apertam os laços sociais, isto é, a vida em comunidade. Entretanto, Cacioppo afirma que se elas forem utilizadas para substituir a realidade física, há um aumento da solidão.
Filosofia
Outra matéria interessante, também da Veja, foi uma escrita por Renata Betti, de Boston, chamada Ética para as massas. Há alguns meses, quando estava estudando para o vestibular, acessei, por indicação da professora Mônica Soares, o site da TV Cultura – CMAIS - para assistir ao programa Roda Viva. Lá encontrei um portal interessantíssimo, chamado Univesp TV. Ao abri-lo, vejo um homem magro, de cabelos brancos, falando para uma multidão. Depois soube que tratava-se de Michael Sandel (é sobre ele que Renata Betti fala na sua matéria), um filósofo político da Universidade de Harvard. Com o auditório lotado, Sandel lança para a platéia inúmeras provocações filosóficas, sem expor sua opinião, como “Se você tivesse de tirar a vida de uma pessoa para salvar a de outras cinco, o que faria?”
Michael Sandel, o filósofo político da Universidade de Harvard |
Michael Sandel tem uma habilidade tremenda em atrair multidões e, muito mais, a desmentir a ideia de que os jovens não têm interesse por questões filosóficas. Considerado uma celebridade intelectual, Sandel lançou seu best-seller, em 2009, Justiça – O que É Fazer a Coisa Certa que foi traduzido recentemente para o português. Entusiasmado com essa matéria da Veja e já sabido de quem se tratava, comprei o livro desse filósofo na Livraria Cultura. Ainda estou lendo e pretendo escrever uma resenha, assim que acabar de lê-lo. Fica a dica de leitura.
Justiça - O que é fazer a coisa certa, de Michael Sandel |
Para finalizar, vi um artigo muito interessante na Revista Forum que falava sobre o uso dos agrotóxicos nas lavouras e as implicações dessa utilização para nossa saúde. Não é de hoje que vemos nos noticiários inúmeras reportagens que falam sobre o uso indiscriminado dos agrotóxicos. A matéria da Forum pontua que o uso desses produtos está muito ligado a fatores mercadológicos e à busca do lucro. No fim nós ficamos com o prejuízo. Para expandir nossa compreensão sobre esse assunto vale a pena assistir ao documentário O veneno está na mesa, do cineasta brasileiro Silvio Tendler. Segue abaixo o documentário na íntegra:
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