As particularidades de uma sociedade são ditadas pela sua cultura, ideologia e seu contexto histórico. Nessa perspectiva, uma criança, no seu desenvolvimento, sofrerá influências e influenciará todo o corpo social. Essa troca entre indivíduo e sociedade é chamada pela Sociologia de socialização. A partir daí, as pessoas passam a ter uma identidade social que as acompanhará durante a vida.
No mundo ocidental, essa identificação social foi construída seguindo certos padrões. No Brasil colonial, por exemplo, o funcionamento da sociedade era estabelecido segundo um patriarcalismo, ou seja, o homem detinha o controle político, econômico e principalmente social. Em contrapartida, eram dados à mulher papéis sociais inferiores. Para ela, as atividades eram todas aquelas que confirmassem sua natureza frágil. Percebe-se, assim, a construção de ideologias inibidoras para fazer das mulheres seres secundários. A própria religião, através de seus escritos, conferia às mulheres inúmeras narrativas segregadoras, como a Narrativa do Pecado Original e a Narrativa da Salvação.
Com o passar dos séculos e, consequentemente, mudanças na cultura, as mulheres iniciaram uma vagarosa ascensão social amparada por movimentos de resistência. O mais importante foi o Movimento Feminista. Nele, as mulheres externaram todo o repúdio contra a padronização inferiorizante. As mulheres queriam um tratamento equânime. Eram urgentes transformações na sociedade para que houvesse uma ressignificação dos papéis sociais dos homens e das mulheres. Da mesma forma que no passado foram estabelecidas idéias de exclusão entre os gêneros, esse padrão pode ser desconstruído com mudanças na estrutura cultural, mostrando o quanto as características de uma sociedade destinam identidades muitas vezes excludentes e preconceituosas aos seus componentes.
É evidente, portanto, que a cultura determina sobremaneira os papéis sociais. As funções masculinas e femininas, a depender do contexto histórico, são fincadas no seio da sociedade para padronizar. Mas, é notória, a importância de discutir questões, como a desigualdade de gênero para, só assim, haver uma reflexão acerca dos papéis sociais e amenizar as disparidades, conferindo iguais chances de ascensão política, econômica e social para ambos os sexos.
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