Pular para o conteúdo principal

Apartheid Soneto

         

              Por volta da década de 50, dois acontecimentos marcaram a história contemporânea. A Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Apartheid, fatos antagônicos. Um exalta a liberdade e a dignidade; O outro despreza qualquer forma de felicidade.
             A Declaração das Nações Unidas, baseada em ideias humanitárias, expressa a liberdade. Porém, há 60 anos, a maior parte da população da África do Sul, negros, teve seus direitos de circulação privados pela minoria branca, além desse direito outros foram abolidos, denominando a política segregacional: o Apartheid.
            A superioridade da raça branca, no contexto do Sul da África, remonta a época da colonização do continente africano. Os colonizadores por fatores econômicos e políticos detinham o poder e, consequentemente impuseram-no aos colonizados. Sendo assim, aos poucos houve uma divisão de raças, distiguindo raças superiores e inferiores. Na História, percebeu-se a aplicação de inúmeras medidas desfavoráveis as populações menos favorecidas, a exemplo do Sul africano acometido com a segregação racial.
           A distinção de etnias guia obras literárias, nacionais e internacionais. No poema-imagem, "Apartheid Soneto", de Avelino de Araújo, a estrutura do poema é feita através de arames farpados. As farpas representam as diversas injustiças praticadas contra os negros. Além das injustiças, percebe-se o aprisionamento imposto as classes negras. No final de cada terceto e quarteto, há brechas que indicam possibilidades de mudança. Um dos principais caminhos geradores de mudanças é a educação. Através dela, pode-se formar indivíduos pensantes.
          Logo, com a universalização do ensino regular, poder-se-á reverter preconceitos impostos pelo passado de intensa exploração econômica e iniciar, efetivamente, os preceitos descritos na década de 60 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

Comentários

  1. Eu conheci esse soneto nesse ano em uma aula...
    Fantástico!
    Marília Andrade.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Se você quiser comentar, selecione "NOME/URL" acima de anônimo e digite seu nome. Logo mais estarei respondendo...

Postagens mais visitadas deste blog

Dia do Leitor

Livros, de Van Gogh Em comemoração ao Dia do Leitor, indico um livro muito agradável de se ler. Trata-se de No mundo dos livros, do paulistano José Mindlin, um dos maiores amantes dos livros. Antes de falar propriamente sobre o livro, farei uma breve biografia do maior bibliófilo brasileiro.  José Mindlin nasceu em São Paulo no ano de 1914. Filho dos judeus Ephim Mindlin e Fanny Mindlin, José Mindlin desde criança mostrou seu interesse pela leitura, já que seus pais eram ávidos leitores. De 1932 a 1936, cursa a tradicional Faculdade de Direito do Largo do São Francisco. Trabalhou como advogado, empresário e jornalista. Dentre os seus clientes no escritório onde trabalhava tinha o escritor Monteiro Lobato e o historiador Caio Prado Jr. acusados na época de serem comunistas. No decorrer de sua vida, Mindlin monta aquela que mais tarde viria a ser considerada a maior e mais importante biblioteca particular do Brasil. Infelizmente, em fevereiro de 2010, esse grande bibli...

A escola brasileira e a fragmentação do ensino

* Por Viviane Mosé A educação brasileira é como um linha de montagem, onde a repetição e segmentação imperam. O modelo escolar que ainda predomina no Brasil foi diretamente marcado por dois fatores, a industrialização tardia e o regime militar. Inspirada na linha de montagem de uma fábrica, que fragmentou o trabalho humano tendo em vista o aumento da produtividade, nossa escola se caracterizou pela fragmentação, pela segmentação como modo de ação, como método. A vida escolar se organiza em séries, e os saberes se dividem em diversas disciplinas, sem conexão umas com as outras, ministradas em aulas de 50 minutos, que ainda se anunciam  por um sinal sonoro. O espaço é sempre muito segmentado, dividido por inúmeras salas, corredores, com pouco espaço de convivência, com pouca circulação. O objetivo era segmentar para aumentar a produção, o país precisava produzir mão de obra em massa para suprir a engrenagem industrial que estava nascendo. A escola para todos é uma escola de ...

Para que servem as ficções?

Hoje, fui estudar Português e para minha felicidade apareceu um texto maravilhoso, escrito por Contardo Calligaris. De forma mágica, ele mostra aos leitores a importância das ficções na construção da humanidade.                   Cresci numa família em que ler romances e assistir a filmes, ou seja, mergulhar em ficções, não era considerado uma perda de tempo. Podia atrasar os deveres ou sacrificar o sono para acabar um capítulo, e não era preciso me trancar no banheiro nem ler à luz de uma lanterna. Meus pais, eventualmente, pediam que organizasse melhor meu horário, mas deixavam claro que meu interesse pelas ficções era uma parte crucial (e aprovada) da minha “formação”. Eles sequer exigiam que as ditas ficções fossem edificantes ou tivessem um valor cultural estabelecido. Um policial e um Dostoiévski eram tratados com a mesma deferência. Quando foi a minha vez de ser pai, agi da mesma forma. Por quê? ...